quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Aprisionada em pedra


Sinto-me
Pedra bruta
da montanha
Moldada
pelos ventos
Sofrida
no rolar de águas
Torrenciais de chuva.
Aprisionada ao solo
Eu, nascida ave canora
Amando voar.
Por quê? 
Momento de dor.
Sou um pássaro
que, por fatídica
negra magia,
transformei - me
 Dura pedra
num breve
descuido ao pousar.

Ave,
ó ave teimosa
Esqueceu-se
dos conselhos
sábios dos antepassados
Esqueceu-se das artimanhas
das montanhas, aquelas,
Que, por solidão,
Capturam
Engolem
os tristes e distraídos.
que a elas se assemelham.

Contou -me,
numa serena noite,
um cálido vento,
o vital segredo
do transmutar,
condoído de meu
desespero 
Ao ouvir  em todos
Os anoiteceres
meu canto triste.
 Só existe encanto
Para reverter
a sua má sina,
Sair dessa clausura
na pedra fria e indiferente:

Mudar o tônus
Desse seu
Desolado sofrer.

Só se libertará
Quando conseguir
Acordar dessa
dormência 
fruto da tristeza
e da desesperança.

Só um caminho,
a opção sagrada:
Acordar
mais cedo
que a primeira
gota de orvalho

E olhar,
não mais
 para baixo
Focado
dentro de si.
E, sim, 
Volver-se ao alto.
Voltar o olhar 
aos céus
ao raiar do dia.
No exato esplendor do
Amanhecer.

Só os raios de sol
Libertam
Os sofridos pássaros
Que se quedaram
Entristecidos
Embruteceram-se
Coração de granito.

Só a alegria o fará
Voltar o ser ave liberta.
 Voar! 

Ninguém está preso por todo o sempre
Só depende de si para se libertar.

Maria Izabel Viégas
 

2 comentários:

Lia e Vi disse...

Que lindo Maria Izabel !!
De emocionar e principalmente pela verdade que ele carrega !

Todos podemos mudar, nada é imutável .

Amei .

Bjus 1000 querida

Maria Izabel Viegas disse...

Grata, Pepa pelo seu comentário.
Fiquei muito feliz por vcs terem achado esse meu novo blog.
Fui lá no seu. Ai que delícia.
Não dá vontade de sair.
Duas lindas!
Mil beijinhos

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