"Se estamos destruindo a Amazônia, estamos destruindo a nós mesmos."
Renato Gimenez de Oliveira
Para todo aquele
que como eu,
ama a natureza,
do grão de areia ao infinito pó das estrelas!
Li, certa vez, a história de uma tradição indígena,
conto para vocês:
Quando os índios precisavam cortar uma árvore,
faziam uma celebração, um ritual.
Escolhiam uma, 'apenas uma'.
Todos dançavam em torno dessa determinada árvore.
E começavam com paus a bater no seu tronco.
E depois, rapidamente, corriam e se dirigiam à outra e a cortavam.
O porquê?
Pois que eles sabiam que a árvore que eles rodeavam
ficava assustada, aflita
tomada medo da morte que se anunciava.
A pobre árvore escolhida permanecia ali,
alerta e acordada,
num estado de crise, tensa, apavorada.
Enquanto as outras, no entorno, com o susto e medo,
desmaiavam, desfaleciam de tão tensas.
Logo, eles não feriam a que a alma sofria.
Eles cortavam uma que estivesse anestesiada,
não sofresse tanto.
E, aos pés da árvore abatida faziam um canto pedindo perdão!
Será que um dia, nós só abateremos apenas uma,
aquela que se faz necessária,
pelos motivos de subsistência?
Que pena,
triste evolução do ser humano,
lá no bem longe,
nós perdemos esse contato
com a alma do mundo!
Maria Izabel Viégas