quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Minha voz


Sim.
Tive que me calar
Tantas vezes.
Por ser menina
Por ser criança
Por não ter poder.
Nunca conseguiram
Podar meus pensamentos.
Estes, insistentes,
Moravam bem escondidos
Na menina frágil.
Frágil,  só por fora.
No cotidiano do dia ou do sonho.
Fortaleceram meu ser.
Minha voz.
Meu livre pensar.
Meu grito de liberdade.
Assumir responsabilidades.
Mas viver é um constante assumir o prazeroso
E o que se impõe nas nossas escolhas.
Os fardos, leves ou pesados,   carreguei.
Cônscia de que tudo que nos acontece
Está escrito nas estrelas.
Vim ao mundo para cumprir um plano traçado no outro lado da vida.
Erros e acertos, naturalmente, sim!
Sofrimentos,  por que não?
Coragem e teimosia,
Andavam lado a lado.
Mas ninguém tirou - me
O poder de escrever minha própria história.
Nada, hoje sei com certeza,
Sufocou o meu 'ancestral e sagrado poder do feminino'.

 Maria Izabel Viégas 

3 comentários:

PROFESSORA LOURDES DUARTE disse...

Olá amiga, mais uma postagem que dá gosto de ler.Amiga, pode até calar a nossa voz, mas o pensamento, só Deus.

Abraços com desejos de uma noite de paz e um amanhecer feliz.

Tais Luso de Carvalho disse...

Muito bonito!!

"Mas ninguém tirou - me
O poder de escrever minha própria história.
Nada, hoje sei com certeza,
Sufocou o meu 'ancestral e sagrado poder do feminino."

beijo.

Unknown disse...

Que lindooooooo

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