"De tarde um homem tem esperanças.
Está sozinho, possui um banco.
De tarde um homem sorri.
Se eu me sentasse a seu lado
Saberia de seus mistérios
Ouviria até sua respiração leve.
Se eu me sentasse a seu lado
Descobriria o sinistro
Ou doce alento de vida
Que move suas pernas e braços.
Mas, ah! eu não vou perturbar a paz que ele depôs na praça,
quieto."
- Manuel de Barros -
( Livro : Poesia Completa)
E como somos incomodados na nossa busca de paz.
E como as pessoas teimam em depositar no outro ser
Que quieto se compraz da sua solidão desejada
Os seus próprios temores
Os seus pesares.
Há limites que nos devemos impor
Um deles:
Não perturbar a placidez do homem
Com nossos penares.
Com nossas virtuosas intenções
Que não fazem bem a quem está só e em paz.
Apenas alimentam nossos desejos compulsivos
De sermos os messiânicos salvadores
Do homem que só desejava
Depor na calma praça
Como ele próprio o é
A sua quieta e mansa quietude.
Temos essa mania desvairada de julgar os outros por nossas vicissitudes!
Maria Izabel Viégas
2 comentários:
Eu me sentaria perto e sondaria se era solidão ou apenas desejo de ficar só. Ele que me responda se quer estar só. rs
Beijo, braveza.
Boa noite, querida Izabel!
Sinto desejo de estar só mas é uma solidão povoada e fecunda... Preciso como insulina... não é neurótica enm paranóica... graças a Deus!É minha insulina produtiva... rs...
Amo estar com pessoas também...
Na Praça, ao lado de casa, vejo soliários...
Bjm muito fraterno
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