Eis aqui minhas reflexões sobre o perigoso ato de julgar pessoas
Ele é um homem mau.
Ela uma mulher caridosa.
Julgando-os estou.
E eu, sou quem,
sou o quê?
Sou aquela que não sabe , na verdade... sou isto ou aquilo.
Regozijo-me de ora ser mais isso, ora ser mais aquilo, por que não?
Sou alguém que ainda, após tantos tropeços e acertos, ainda sou momentos.
Em meu favor,
posso afirmar que não vim fadada aos fracassos, nem a sofrer mais que o
tempo necessário o luto das desilusões.
Sou mais coragem do que medo.
Sou mais amor que paixão desvairada.
Mais verdade que
mentiras.
Confesso, em verdade: sei mentir e muito bem.
Aprende-se a
mentir quando se vai crescendo.
Somos
intimidados pelos nãos
e ao desviarmos das negativas aos nossos mais simples desejos bem, bem inocentes e pueris,
sem explicações que nos preencham
com verdades verdadeiras,
vamos aprendendo a arte de dizer o que querem
ouvir.
Com certeza, quem me ensinou
a dissimular sentimentos foram eles,
os mais velhos.
Eram maus?
Penso que não.
Aprenderam, inofensivos assim como eu,
pois todos fomos crianças um dia,
com seus pais, e estes com seus pais
e
assim, formou-se a
"espiral dos medos das palavras verdadeiras".
O medo de falar a verdade e não ser aceito pela sociedade.
Felizmente, paralelamente,
nesse processo de crescimento e amadurecimento
Descobrimos a força do abraço,
do aconchego,
do beijo carinhoso,
E, felizmente, a caridade se avizinha de nós:
Aprendemos a dividirmos o pão
que iria nos matar a fome
Descobrindo que éramos,
enfim, bons.
E não será o homem mau,
numa certa hora do seu dia,
feito de pura poesia?
Não terá ele um gesto de amizade,
um momento de perdão?
Temos a mesma herança genética de todos os homens da Terra.
Todos: homens ,
animais, árvores, rios e plantas
temos o mesmo dna
desde o primeiro
espécime
que aqui adentrou
e se espalhou no nosso planeta.
Ouvi de um
cientista cético
que era a Genética que nos tornava
a todos os seres
deste mundo - irmãos por todo o sempre.
Não por sermos filhos do mesmo Pai - o Deus religioso.
Somos feitos de momentos
inteligentes, estúpidos,
enérgicos ou apáticos,
bons ou maus.
Somos sim, "assim como os rios, feitos dos mesmos elementos,
ora
estreitos, ora rápidos, ora largos, ora plácidos, claros ou frios,
turvos ou tépidos."
Que alegria, ó meu Deus, eu nasci gente, penso, sinto, amo e desamo, me magoo, perdoo e ainda me magoo, e novamente, perdoo.
Hossanas ao Senhor - sou ainda capaz de fazer minhas escolhas.
Maria Izabel Viégas