segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Leviano coração



Leviano coração.
Qual dos dois
O meu ou o teu
se enganou,
nos enganou?
Como um peito cheio de amor consegue se sufocar assim?
Qual a razão de esconder do meu
O quanto sofrias?
Sempre estivemos tão juntinhos.
Um a bailar naquele dois passos ritmados
Assim, rostos e peitos colados, cadenciados
A bater num mesmo ritmo
Que foi que te aconteceu?
Qual dor te doeu mais forte?
Foi o meu que saiu do cúmplice passo?
Fui eu que te fiz cansar-te?
Oh minha vida
Quisera eu trocar-me pelo teu.
Quisera que nada te doesse
Quisera que nunca sofresse 
Eu te amo tanto.
Quando te vejo assim assim
Comigo aqui ainda a bailar
Tenho sentido no meu peito
dois corações batendo.
Empresta-me tua dor.
Eu a guardo e carrego
Quero ser teu par
Para sempre
Mas se a tua dor
É assim maior que tudo
Afasto-me
Porque um amor pode de um lado acabar
Mas o outro, o meu
Nunca irá te odiar.
Tens todo direito de ter outro par.
Vá, continua
E eu, talvez saiba sozinha
Bastar-me a mim
E enlaçada ao meu peito
Continuar também a bailar.

Maria Izabel Viégas

Um comentário:

Meri Pellens disse...

Como poderia eu viver sem meu coração?
Ele pode até partir, eu deixo,
Mas, com certeza, ei de morrer.

Inspirou-me esse complemento, Izabel!!!
Beijo na alma!

Tô seguindo rs...

O Renasço Ocaso começou aqui: Quer ler? Vou gostar!

Sou por acaso o ocaso

Se sou ocaso Serei o fim Do sonho de estar  em vida? Ou serei Um sonho de transformar-me No sono daquilo que Se agiganta E me...